A presença de pedras na vesícula é, junto com a doença do refluxo, a afecção mais frequente do trato gastrointestinal. A formação de pedras na vesícula é multifatorial, sofre influência predominante do quadro metabólico do paciente, assim como de fatores genéticos (familiares) e nutricionais. Estima-se que esteja presente em aproximadamente 20 a 30% da população mundial, de modo assintomático ou sintomático.

A literatura médica classicamente definiu 4 importantes fatores de risco para a doença calculosa da vesícula biliar, conhecidos como os 4Fs: Females (pacientes do sexo feminino); Fertile (pacientes multíparas ou que tiveram mais de 2 filhos); Forty (pacientes acima dos 40 anos) e Fat (pacientes obesas ou acima do peso). Os sintomas mais frequentes são dor abdominal, em geral continua e localizada na região superior direita do abdômen e que pode irradiar para o ombro direito, dor essa desencadeada em geral por alimentação gordurosa, náuseas e sensação de empachamento no andar superior.

As pedras na vesícula podem assumir diversos tamanhos, variando daquilo que chamamos microcalculos (menores do que 0,5cm) ate cálculos grandes que podem ultrapassar os 2cm. Em função do tamanho das pedras, podemos identificar uma serie de possíveis complicações da doença calculosa biliar. Microcalculos podem sair da vesícula e causar obstrução no canal da bile (conhecido como ducto colédoco) o que leva a icterícia (pele e olhos amarelados), infecção da bile (colangite) ou inflamação do pâncreas. Já os cálculos maiores (em geral maiores de 1 cm) costumam causar cólicas biliares (que leva a inflamação crônica) ou inflamação aguda da vesícula (colecistite aguda).As pedras na vesícula são tratadas com cirurgia, através da remoção cirúrgica da vesícula biliar junto com as pedras. Em geral são operados os casos sintomáticos, mas em algumas situações também indicamos a cirurgia para os casos assintomáticos (pelo risco elevado de complicações). A cirurgia é feita com técnicas minimamente invasivas em quase todos as situações, em geral por videolaparoscopia, o que possibilita uma rápida recuperação, praticamente indolor.

Para maiores esclarecimentos e informações não deixe de procurar um cirurgião do aparelho digestivo, informe-se, cuide-se e viva melhor.